O autismo é geralmente associado à infância, mas a realidade é que muitas pessoas passam grande parte da vida sem saber que estão dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Algumas só recebem o diagnóstico na vida adulta, muitas vezes após anos lidando com desafios sociais, emocionais e sensoriais sem uma explicação clara.
Mas por que isso acontece? O que leva ao diagnóstico tardio e quais os benefícios de reconhecê-lo na fase adulta? Neste artigo, vamos esclarecer essas questões e reforçar a importância de um diagnóstico médico especializado.
Por que muitas pessoas só descobrem o autismo na vida adulta?
O diagnóstico tardio do autismo pode ocorrer por diferentes razões. Entre os principais fatores, estão:
1. Características sutis e bem adaptadas
O espectro autista é muito amplo e, em alguns casos, os sinais podem ser mais leves ou não tão evidentes na infância. Muitas pessoas aprendem, ao longo da vida, a mascarar suas dificuldades sociais, criando estratégias para se adaptar ao ambiente ao seu redor. Isso pode dificultar a percepção de que há algo diferente.
2. Falta de informação e estereótipos sobre o autismo
O autismo ainda é muito associado à infância e a características mais evidentes, como dificuldades severas na comunicação verbal. No entanto, pessoas dentro do espectro podem ter habilidades e desafios muito variados. Isso leva à falsa crença de que, se alguém consegue manter uma vida profissional ou acadêmica, por exemplo, não pode ser autista – o que não é verdade.
3. Diagnósticos errados ou imprecisos
Muitas pessoas autistas passam a vida sendo diagnosticadas com ansiedade, depressão, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) ou outros transtornos psiquiátricos. Embora essas condições possam estar presentes, elas não explicam toda a experiência do indivíduo. A falta de uma avaliação detalhada pode fazer com que o autismo passe despercebido.
4. Menos atenção ao diagnóstico em mulheres
Estudos mostram que o autismo é mais frequentemente diagnosticado em meninos na infância, enquanto mulheres costumam ser identificadas mais tarde ou até mesmo nunca receberem um diagnóstico. Isso pode estar relacionado a diferenças na forma como os sinais se manifestam e na maior tendência das mulheres a camuflarem comportamentos considerados “diferentes”.
Quais os sinais do autismo na vida adulta?
O diagnóstico do TEA em adultos pode ser feito com base na história de vida e na análise do funcionamento atual da pessoa. Alguns sinais que podem indicar autismo incluem:
🔹 Dificuldade em interações sociais: problemas para entender ironias, metáforas ou para manter conversas longas;
🔹 Hipersensibilidade sensorial: incômodo excessivo com barulhos, texturas, cheiros ou luzes;
🔹 Preferência por rotina e previsibilidade: desconforto com mudanças inesperadas;
🔹 Foco intenso em interesses específicos: dedicação intensa a um hobby ou assunto, podendo ser uma área de hiperfoco;
🔹 Cansaço social: necessidade de longos períodos de descanso após interações;
🔹 Dificuldade em expressar sentimentos: problemas para demonstrar emoções ou compreender os sentimentos dos outros.
É importante lembrar que somente um médico especialista pode avaliar corretamente esses sinais e confirmar um diagnóstico de autismo.
Vale a pena buscar um diagnóstico na vida adulta?
Sim! Ter um diagnóstico correto pode trazer diversos benefícios, como:
✅ Autoconhecimento: entender o próprio funcionamento e reconhecer seus desafios e habilidades.
✅ Acesso a suporte especializado: estratégias terapêuticas podem melhorar a qualidade de vida e o bem-estar emocional.
✅ Maior compreensão das dificuldades enfrentadas ao longo da vida: o diagnóstico pode explicar muitos desafios vividos e trazer mais aceitação.
✅ Possibilidade de adaptações no ambiente de trabalho e estudos: facilitar a rotina com ajustes necessários.
Quando procurar um médico especialista?
Se você se identificou com alguns dos pontos abordados, o primeiro passo é buscar a avaliação de um médico especializado no diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista. Apenas um profissional pode fornecer um diagnóstico preciso, com base em avaliações clínicas detalhadas.
A internet pode ser um ótimo espaço para trocar experiências e se informar, mas o autodiagnóstico não substitui uma consulta médica. Cada pessoa é única e merece um atendimento individualizado para entender suas próprias necessidades.
📍 Se quiser saber mais sobre o diagnóstico do autismo na vida adulta, agende uma consulta com um especialista. O cuidado com a sua saúde mental é fundamental!
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